sexta-feira


Há noites em que a temporalidade dos lugares onde estou ousa me assustar. Tudo pode ser perigosamente tempo demais quando não existe para onde voltar. Agora, há iminência de Porto Alegre. As cidades adquirem nomes à medida que seus espaços passam a ter significado. O ano começa lento. Tudo é quase parando. Viver aqui, talvez seja ter o tempo desnecessário para que acontecimentos. Tudo é mais lento, mas nem por isso menos forte. Normal não gostar de telefonar. Também não gosto de atender.

A trilha sonora da casa pode ser escolhida entre mais de quinhentos canais. O sofá é uma coleira. Luto para me manter na frente do word. Esgoto prazos para ter algum motivo que me faça voltar. Amanhã é dia de andar pela rua. De olhar para as pessoas. E de tentar entender se conseguirei mesmo morar na cidade onde nunca antes. O mundo é um buffet para quem tem a carteirinha.


Na noite do ano novo fez chuva e tempestade, mas nem por isso as festas precisaram acabar. De uma forma ou de outra, fiz tudo o que queria ter feito. Fiz festa com a família. Virei o ano com meus pais. Dancei no acampamento eletrônico. Vi a lua nascer. Tomei tempestade na estrada. Procurei por uma festa que não aconteceu. Fumei sozinho na varanda de cueca. Me escondi da vizinha.


Depois as coisas foram pouco a pouco ficando banais.
E a vontade desesperada de sair daqui.


hoje corri 12 k. atravessei a ponte. o rio estava bonito e tocou uma música que eu gostei bastante pela forma como foi usado o violino. estou com o ipod de um amigo. isso significa. 

amanhã. 
na tv, o áudio é gran torino. nunca vi esse filme.
na prateleira, os cinco filmes que aluguei para assistir no feriado de ano novo.
não vi nenhum.
devolver os dvd's.
pelo menos hoje cortei o cabelo.
segunda preciso agitar estúdio. gravar os sons.
estou com medo.
a música, quando começa a se tornar real, assusta.

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